A indústria de alimentos
Hoje em dia é comum ouvirmos frases contra os processos industriais alimentícios, do tipo:
– Descasque mais, desembrulhe menos;
– Todos os produtos processados não são seguros para consumo;
– Basta ser natural para ser saudável…
Tudo isso pode conter verdade, mas como para tudo na vida, há de se ter equilíbrio, afinal de contas natural não é sinônimo de saudável. A indústria alimentícia surgiu com o intuito de garantir ao consumidor acesso a uma grande variedade de alimentos de forma segura para o consumo, uma vez que alguns alimentos tem rápida deterioração e as técnicas utilizadas tem o objetivo de reduzir o desperdício, aumentando o alcance de sua distribuição.
Todo alimento que passa por processos tecnológicos de seleção, higienização, acondicionamento e comercialização é considerado um alimento industrializado, inclusive frutas e legumes. Na agricultora familiar, produção agroecológica, essas mesmas frutas e legumes passam por processos parecidos, porém artesanais, logo são produtos processados, tudo isso garante segurança na hora de consumir.
Logo fica claro que existem níveis de processos, o minimamente processados são os exemplos citados acima, assim como as carnes, que passam por seleção, limpeza e correto armazenamento, afim de preservar seus nutrientes e características organolépticas.
O azeite de oliva, por exemplo, é um alimento processado, assim como o leite, o milho em lata, sardinha em lata… Todos ótimos alimentos, seguros para consumo e que, recebem tratamento para que durem mais tempo (vida útil) e cheguem à sua mesa em condições sanitárias adequadas. Inclusive para qualquer “mesa” do mundo, vantagem das técnicas de conservação que são aplicadas.
Já os ultraprocessados são alimentos que tem sua qualidade nutricional reduzida devido ao aumento do sódio, gorduras totais e calorias. Os aditivos utilizados como conservantes podem modificar ou degradar algumas substâncias contidas nos alimentos, como em macarrão instantâneo, salgadinho de pacote e embutidos. Esses alimentos, pela facilidade de aquisição e consumo, podem afastar, cada vez mais, as pessoas do consumo de produtos agrícolas.
Isso quer dizer que não podemos nunca mais comer um biscoito recheado? Não! Contexto alimentar é tudo… Consumir um ultraprocessado esporadicamente, mantendo um plano alimentar considerado saudável, não traz malefício, na verdade pode até ajudar no sentido emocional, a seguir melhor o plano. Assim como comer todos os dias de manhã uma fruta e ter uma péssima alimentação o restante do dia, não vai trazer benefícios.
Mantenha o equilíbrio e explore as possibilidades com carinho, comer de forma consciência, sem julgamentos e pré conceitos, é fundamental.
Até breve!