Comer faz bem

O mundo é imenso, uma grande extensão territorial, com oceanos, matas, florestas, rios, lagos, animais e com muitas pessoas e suas necessidades básicas. Teoricamente, se cabe tudo nesse mundão, todos tem os mesmos direitos, oportunidades e deveres, né? Infelizmente não…

“A última edição do relatório O Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo, estima que quase 690 milhões de pessoas passaram fome em 2019 – um aumento de 10 milhões em relação a 2018 e de aproximadamente 60 milhões em cinco anos. Altos custos e baixo poder aquisitivo também significam que bilhões não podem comer de maneira saudável ou nutritiva. Em todo o planeta, prevê o relatório, a pandemia de Covid-19 pode levar mais de 130 milhões de pessoas à fome crônica até o final de 2020. Surtos de fome aguda no contexto da pandemia podem ver esse número aumentar ainda mais em momentos como este.” (fonte: Unicef.org)

Num mundo onde se passa fome, seria loucura pensar que há desperdício, mas… “O chamado “Índice de Desperdício de Alimentos 2021″ apresenta um número quase assustador: em 2019, foram 931 milhões de toneladas de alimentos desperdiçados. Isso sugere que 17% da produção total de alimentos do mundo foram para o lixo.” (fonte: BBC Internacional)

Bem, diante de números arrebatadores como os apresentados acima, justifico o fato de escrever muito sobre sobras e reaproveitamentos, formas de fazer diferente e de não permitir que haja desperdícios dentro de casa. Sim, é dentro de casa que começamos as revoluções, pequenas, porém as mais importantes. Comida vai além do ato de se nutrir, alimentar-se de forma justa é um ato político, comer é um direito de todos e uma necessidade básica, não é brincadeira nem moeda de troca para sub-celebridades brincarem de fazer ciência, com filosofias baratas que podem prejudicar quem não tem conhecimento.  A pandemia corrente no mundo está maltratando mais do que o normal a população, principalmente a brasileira, então ver o que as pessoas tem capacidade de fazer para se auto promoverem, é vergonhoso. Só parem, pensem no próximo, deveríamos sair melhores disso tudo, deveríamos…

E para não perder o costume, vamos reaproveitar?

Cascas de legumes são ótimas para composteiras, mas podemos utilizar também no dia a dia, como a casca da batata que pode virar Chips. A casca da batata tem vitamina C e potássio, é rica em fibras, assim como de outros legumes e são importantes para a digestão.

Chips de casca de batatas

Ingredientes:
Cascas de 1kg de batata
½ colher (sopa) de azeite
Sal e pimenta-do-reino

Modo de preparo:
Preaqueça o forno a 200 ºC (temperatura média). Com uma escovinha para legumes, lave as cascas das batatas sob água corrente. Seque bem as batatas com um pano de prato limpo – a casca deve ficar o mais sequinha possível, esse é o segredo para conseguir uma textura crocante ao assar. Sobre uma tigela descasque as batatas – tente fazer tiras bem longas da casca, num movimento único. Reserve as batatas na geladeira para preparar uma próxima receita. Tempere as cascas da batata com o azeite, sal e pimenta-do-reino.
Distribua as cascas numa assadeira, de preferência antiaderente – quanto mais espaçadas estiverem mais crocantes ficam. Leve ao forno para assar por cerca de 20 minutos até que dourem e fiquem crocantes – na metade do tempo, vire as tiras com a espátula para que assem por igual. Sirva a seguir como petisco ou para dar crocância à receitas como purê de batatas ou sopas.

Dicas:
– A mesma técnica pode ser aplicada para várias cascas de legumes diferentes, como abóbora, mandioquinha, cenoura, beterraba, use a criatividade e o que tiver na geladeira,
– Faça quando já for usar o forno para aproveitar o calor,
– Para fazer numa quantidade maior, vá guardando as cascas no freezer, num saquinho. Descongele tudo de uma vez, seque bem e está pronto para assar.

Comer com equilíbrio faz bem, o que difere veneno de remédio é a dose. Bom apetite!

Matéria escrita para o Jornal A Cidade Ubatuba