A História do Sushi

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Quando comecei a trabalhar com a culinária japonesa, o maior problema que enfrentei não foi carregar uma caixa de salmão de 20kg ou cozinhar um polvo de 15 kg e sim o preconceito que envolve o ritual de preparo da comida feita por uma mulher. Me diziam com muita frequência:

– mas você é mulher, não pode nem tocar no peixe, sua mão é quente…

As pessoas ficavam muito surpresas ao me verem com minha yanagi (faca) cortando uma linda fatia de sashimi, mas surpresos ainda ficavam os clientes que pediam que o “Sushiman” fosse até mesa para agradecer e eu aparecia… Mas era bom, pois nesse momento eu conseguia explicar que não era bem assim, que a história é apenas uma história e que muita coisa se perde ou se modifica ao percorrer um longo caminho (uma metade do globo) até aqui. Se quiserem saber, o nome Sushiman é coisa para americano ver (rs), pois o nome correto de quem faz sushi é Itamae-san ou Sushi-a-san, e mulher pode sim manusear o peixe.

yanagi

Na história que vou transcrever a seguir, retirada do Wikipedia, conta que as barracas que vendiam as comidas rápidas, os sushis, eram nas ruas e por motivos óbvios de segurança, eram os homens que o faziam; já em suas casas, os sushis (normalmente consumidos em dias festivos) eram feitos por suas mulheres.

História do sushi – As suas origens remontam ao século IV a.C no Sudeste Asiático. Utilizava-se então uma porção de arroz cozido para conservar o peixe salgado através da fermentação do arroz. Meses depois, o arroz era descartado e o peixe consumido. A origem é desconhecida, mas tornou-se famosa a partir da culinária japonesa.

Origem – O Japão retira do mar os principais alimentos que compõem a sua cozinha. Os peixes, as algas e os frutos do mar estão presentes em praticamente todos os pratos da culinária japonesa. As terras são montanhosas e são poucos os locais onde é possível desenvolver a agricultura. O arroz é uma cultura de alta produção em áreas pequenas.

O sushi é um alimento que tem origens remotas. Antigamente, no Japão, os peixes para serem transportados para outros lugares eram conservados no arroz cozido. Os japoneses sabiam que o arroz liberava o ácido acético e láctico que garantiria a qualidade por mais tempo. Assim, retirava-se a cabeça e as vísceras do peixe e o filé era conservado salgando-o e acondicionando-o entre camadas de arroz, onde o peixe fermentava naturalmente, adquirindo um sabor ácido. A técnica também era usada pelos pescadores que ficavam pescando em alto mar, criando-se assim o sushi prensado.

A técnica de conservação do peixe foi, aos poucos, transformando-se num prato, e o sabor ácido consequente da fermentação foi substituído por ácido acético, popularmente conhecido como vinagre. Finalmente, o peixe e o arroz com vinagre passaram a contar com o shoyu, enriquecendo ainda mais o seu sabor.

Por volta do século XIV, os japoneses, grandes apreciadores de arroz, passam a consumir não só o peixe como também o arroz, antes que este fermentasse. Surge assim o namanarizushi, que originou os tipos de sushi conhecidos na atualidade.

No período Edo (séculos XVII a XIX), o arroz passa a ser temperado com o vinagre e o peixe, devido à fartura de pescados e frutos do mar na baía de Tóquio, passa a ser consumido cru e fresco. Surgiu assim o hayazushi.

Preparado basicamente com arroz, peixes e frutos do mar, o sushi tornou-se moda em vários países do Ocidente, por seu sabor exótico e agradável e por ser reconhecido como uma das iguarias mais saudáveis do mundo.

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Etimologia – O termo conhecido como sushi é japonês. É ainda escrito em kanji (carateres chineses) para os pratos chineses antigos que carregam pouca semelhança com os sushi de hoje.

Sushi no Japão – No início do século XIX, quando Tókio ainda era chamado Edo, surgiram em suas ruas os Yatais, barracas onde a população se alimentava rapidamente. Nessa época, surge o niguirizushi, o casamento perfeito do oniguiri (bolinho de arroz) e do peixe cru. O niguirizushi é também chamado de edomaezushi, porque eram utilizados pescados, frutos do mar e algas retiradas da baía de Tókio, produtos típicos de Edo.

Hanaya Yohei, considerado o primeiro sushiman da história, tornou-se famoso ao aperfeiçoar o sabor, a forma e a apresentação mais simples do sushi, ou seja, introduziu o costume de saboreá-lo com as mãos, sem o uso do hashi.

Em 1923, ocorreu o grande terremoto de Tókio, que fez com que muitos sushimen abandonassem a cidade e retornassem às suas províncias de origem, propagando o sushi por todo o país.

A partir de 1980, nos Estados Unidos, difunde-se a idéia de que a cozinha japonesa, especialmente o sushi, é saudável, o que causou o chamado “sushi boom” por todo o mundo, com a abertura de sushi-bares, rodízios de sushi, utilização de robôs na sua produção etc.

O sushi contemporâneo caracteriza-se pela oferta de novos tipos de sushi com a adoção de elementos culinários próprios de cada país, aliados à técnica e à inspiração dos sushimen. De acordo com o chef Carlos Watanabe, “o sushi contemporâneo, ou fusion, surgiu nos países cuja identidade gastronômica não estaria enraizada em culturas gastronômicas muito rígidas, permitindo experiências inusitadas, que aliam a cultura tradicional com a cultura local e suas diversas influências, atraindo cada vez mais pessoas de paladares ecléticos e ávidos por novas experiências”.

Sushi no Brasil – Como todos os aspectos da cultura a culinária recebe a influência da cultura local. O sushi tradicional também recebe a interferência da culinária brasileira. É muito comum verificar que os sushiman desenvolvem modalidades de sushis com característica próprias.

Chef Roberta